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Divergente - Resenha

03/03/2015 - Taíla Quadros
#Editora Rocco #filme #resenha #livro #divergente #distipia #Tris #Quatro #aventura #filmologia literária #abnegação
Símbolo da facção Audácia

Admito, as aparências enganam e estou até agora me perguntando como fiquei tanto tempo com este livro na prateleira e sem nenhuma curiosidade em ler. Admito que comprei os três livros por ouvir um comentário positivo sobre um empresário que assistiu ao filme. Pensei: “o livro deve ser melhor ainda.” Mas, mesmo assim, ficaram uns bons três ou quatro meses na fila de espera. Quando finalmente comecei a leitura, foram quatro dias para terminar os três livros. Quer saber por quê? Continua lendo então.

Divergente conta a história de Beatrice, um jovem de 16 que ainda não sabe o seu verdadeiro lugar na sociedade que vive. Veja a sinopse.

 

SINOPSE: Nesta versão futurista da cidade de Chicago, a sociedade se divide em cinco facções – Abnegação, Amizade, Audácia, Franqueza e Erudição. Aos 16 dezesseis anos, numa grande cerimônia de iniciação, os jovens são submetidos a um teste de aptidão e devem escolher a que grupo querem se unir para passar o resto de suas vidas. Para Beatrice, a difícil decisão é entre ficar com sua família ou ser quem ela realmente é - não pode ter os dois.  Então, faz uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma.

 

Durante a iniciação altamente competitiva que se segue, Beatrice muda seu nome para Tris e se esforça para decidir que são realmente seus amigos - e onde se encaixa na sua nova vida um romance com um rapaz fascinante, porém perturbador. Mas Tris também tem um segredo, que mantém escondido de todos, pois poderia significar sua morte. Ao descobrir um conflito crescente que ameaça destruir sua sociedade aparentemente perfeita, ela também aprende que seu segredo pode ajudá-la a salvar aqueles que ama...ou destruí-la.

 

A autora estreante Veronica Roth explodiu na cena literária com o primeiro livro da série Divergente - uma distopia cheia de decisões eletrizantes, traições devastadoras, consequências espetaculares e um romance inesperado.

 

Então, te lembrou alguma coisa? Eu lembrei de Jogos Vorazes e de Maze Runner (apesar de só conhecer o filme), jovens em um futuro distópico que precisam lutar para sobreviver e que não se encaixam nesse sistema. Se estou “caindo”em algum tipo de fórmula por gostar tanto das séries das autoras Susan Collins e Veronica Roth? Não sei. O que sei é que assim como gostei de Jogos Vorazes, gostei muito de Divergente.

 

Na série não temos a luta de alguns jovens como circo para todo um país, estamos em uma cidade que segue o seu fluxo. Quem sair dele, corre sérios perigos. Tudo o que acontece com quem faz algo fora das regras é muito bem camuflado para a população que não tem muito o que contestar em um lugar com tão poucos meios de se conseguir informação.

 

A cidade, dividida por cinco facções, é governada pela facção da Abnegação que possui como obrigação trabalhar para o bem do próximo e acredita que o poder deve ser dado a quem não o quer. Porém, outras facções não acham isso tão justo assim e, em meio aos conflitos pessoais de Tris, muita coisa está acontecendo. Ela percebe que há algo errado e é alertada a se proteger, devido à sua diferença.

 

Não vou seguir em frente na história para evitar os spoilers, mas esse foi um livro daqueles em que a minha curiosidade foi posta à prova, lutei comigo mesma para não pegar o último volume da série e descobrir o que aconteceu. Aproveitei cada momento com a Tris e admito que gosto cada vez mais de protagonistas que são “gente como a gente”. Ela é destemida sim, mas tem a insegurança de uma jovem normal de 16 anos, porém decide seguir em frente. Passa por momentos de fraqueza, tem vontade de chorar, de desistir e quer voltar para casa. Quando percebe que o único caminho para sobreviver é seguir em frente, é o que ela faz. Acredito que essa determinação surja para muitas pessoas em momentos de real desespero. Temos que ir em frente, sempre em frente.

 

É uma história excelente para jovens leitores, para quem já gosta de ler e para quem está pegando o gosto pela coisa. A leitura é fácil e flui naturalmente. A capa do livro retrata a Chicago “pós-muita coisa que você vai descobrir”. As pistas de que algo maior estava por vir, soltas durante todo o livro, realmente mexeram com a minha curiosidade. Outro elemento de destaque na capa é o símbolo em chamas, que representa uma das facções (leia para descobrir qual ;P)

 

Fiquei mais fã ainda quando descobri que a autora é jovem, admiro pessoas de sucesso e muito as que conseguem realizar o que desejam por seu próprio esforço e tão cedo.

 

Leitura recomendadíssima, pois mesmo tendo o romance não muito tranquilo entre Tris e Quatro, que tem os seus motivos bem definidos a tamanha dificuldade, carga emocional que os dois trazem e os difíceis momentos que estão passando, me transmitiu algo mais vida real. Há uma atração inicial e vai muito além disso, existem as descobertas e as dificuldades de se mostrar quem realmente é, aceitar a si mesmo e ao outro. Não é algo pronto, enlatado e garantido, cada atitude tomada pode por a perder isso também. Assim como as nossas atitudes em relação a quem gostamos.

(Detalhe para a Chicago distópica)

Divergente - Veronica Roth - Editora Rocco - 500 páginas


 

SOBRE O FILME

 

E claro, já que fiquei tão vidrada na história, tive que assistir ao filme.

Divergente foi lançado em abril de 2014, dirigido por Neil Burger e estrelado por Shailene Woodley (Tris), Theo James (Quatro), Kate Winslet (Jeanine Matthews) e por aí vai...

 

Confesso que a primeira vez que assisti ao trailer não fiquei tão interessada assim, mas ao reconhecer as cenas lidas no livro, tive xiliques.

 

Sobre a aparência dos personagens (comparação inevitável para quem leu o livro antes) nenhum corresponde ao que eu imaginava. Pensava em uma Tris realmente baixinha e magrinha como na descrição, chamando a atenção justamente por isso, por surpreender as pessoas com a sua força nada aparente. No filme, a Tris é toda força desde o início, não consigo vê-la como frágil e fraca em nenhum momento. Os demais personagens como Christina e Will também fugiram em certos pontos da descrição, mas o que mais estranhei foi a semelhança entre os personagens Al, Will e Peter. Em determinadas cenas demorei alguns segundos para identificar quem estava falando. Não sei se vocês tiveram a mesma impressão.

 

Em relação à adaptação já imaginava que não seria tão detalhada quanto no livro e que algumas situações seria alteradas para facilitar o entendimento do público, mas o medo da Tris em relação ao Quatro no livro é muito mais ligado à intimidade do que à violência demonstrada no filme. Duas informações que foram essenciais para o meu interesse no livro foram simplesmente ignoradas: a primeira, sobre o recado que a mãe da Tris pede que leve a Caleb e o segundo sobre a visita à cerca onde Tris percebe que não estão defendendo a cidade do que vem de fora... Realmente não entendi por que estas falas foram suprimidas se as cenas existiram. No mais acredito que a maioria dos fatos foi colocado na tela, mesmo com maior velocidade e superficialidade, já que tudo ficaria muito longo e maçante para a mídia cinema.

 

No geral, gostei do filme apesar de ter achado uma versão bem mais suavizada do que o livro, queria a Tris com olho roxo, dor nas costelas e muito sangue e dor ao levar o tiro no ombro, mas ok, fica na minha imaginação.

 

Assista ao trailer e se já viu o filme, conta aí o que você achou:

 

Dia 20 de março, estreia a continuação Insurgente. Quer saber o que eu achei do livro? Aguarde...

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