Talvez você já tenha ouvido falar sobre Isaura, a escrava branca em alguma aula de literatura ou até mesmo viu a novela da Globo (1976), com Lucélia Santos, ou na Record (2004) com a atriz Bianca Rinaldi como Isaura.
Então, filha de uma escrava mulata e do capataz Miguel, um homem branco, que trabalha na fazenda do comendador Almeida, Isaura ficou órfã logo cedo pois sua mãe sofreu muito com o assédio do comendador, negando suas investidas e tendo sido punida com trabalhos e castigos até a sua morte. Sue pai tentou defender a criança e comprá-la do seu senhor, sem sucesso e ainda foi demitido de sua função.
Isaura foi criada pela esposa do comendador com todo o mimo de uma verdadeira filha. Recebeu educação e de uma verdadeira senhora. Já adulta e com a sua senhora falecida Isaura é companhia da sua nora Malvina, casada com Leôncio. Este e outros personagens da história ficam encantados com a beleza da moça e a querem para si.
A história se passa com Isaura tentando fugir do assédio cada vez mais forte de Leôncio e passando por muitas dificuldades por isso e, como em todo romance, aparece um mocinho nessa história para salvar a nossa donzela, mesmo não sendo tão fácil como parece. Já que se trata de um período de escravidão onde os senhores podiam fazer o que bem entendessem com seus escravos que não eram considerados pessoas, mas uma propriedade.
Ao ler esse livro, você deve ter em mente que ele foi escrito em 1875, onde a escravidão era algo ainda real no Brasil. Então Isaura ser uma escrava branca e, talvez por isso causar tanta comoção nas pessoas, foi a forma que o autor encontrou para chamar a atenção do público da época a perceber os horrores da escravidão.
Muitas das obras antigas, se lidas no contexto social de hoje não se aplicam mais, mas lermos os clássicos nos ajuda a entender o nosso passado e o contexto social de diferentes épocas. Como um romance e por ser de época fiquei surpresa por me ver tão interessada no que ia acontecer com a moça, porque nem na literatura a lei ajuda os oprimidos, minha gente. Interessante para a gente refletir e curioso pelo plot twist do final, digno de clássicos do cinema.
A escrava Isaura - Bernardo Guimarães - 154 páginas - Editora Ciranda Cultural
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