Foto: Google Imagens. Trilha sonora no fim do post. ;)
E, com o tempo, os espaços que você ocupava vão sendo preenchidos e você vai se tornando uma vaga lembrança. Você, que antes era sinônimo de carinho, aconchego e calor, agora é só um borrão em um lugar vazio. Como a doce lembrança de um sol de verão, você vai se apagando da minha memória. Fazendo cada vez menos parte do meu dia e dos meus pensamentos. Você, que era a razão do meu viver, a luz que iluminava o meu caminho, começou a se apagar, começou a deixar de ser.
Passei a andar por aí despreocupada, sem me importar se poderia encontrar você em meu caminho. Sem querer saber de você ou da sua vida. Esse fardo não é mais meu, essa preocupação não é mais minha.
A solidão não assusta mais. Na verdade, ela nunca assustou, era apenas uma visita indesejada e, como toda visita, uma hora ela vai embora. Ela foi substituída por dezenas de rostos amigos e dispostos, carinhosos e atenciosos. Sua cadeira continua lá, vazia. O seu lugar ao meu lado na cama, também, intocado. Tudo espera a sua volta. Tudo sempre esteve pronto para você. Bastava você querer, bastava você tentar, bastava você querer ser uma pessoa melhor.
O meu amor poderia ter sido para sempre, mas os móveis mudam de lugar e o meu interior muda também. Com o tempo, os espaços vazios vão sendo ocupados e você vai ser só mais uma lembrança. Às vezes amarga, às vezes dolorida, mas sempre uma lembrança. Do que foi, do que não foi, do que poderia ter sido.
Mas aqui não se vive de lembranças. Eu quero ser mais do que isso, quero viver o ao vivo e a cores, o sempre ao meu lado, no meu coração e no meu abrir de olhos toda a manhã. O que era sinônimo de carinho, aconchego e calor virou só um borrão esperando para ser apagado. Já substituído por uma nova paleta de cores que mudam a cada dia, trazendo vida e alegria ao meu caminhar.
"Um dia eu vou ficar bem
Só pra te querer mais
Onde quer que eu ande bem
Domingo é pra te dar paz"
